quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Amante de D Pedro I



Domitila de Castro nasceu no dia 27 de dezembro de 1797 em São Paulo, filha de Escolástica Ribas e do Visconde João de Castro Canto e Melo. Titila, como era conhecida carinhosamente por seus irmãos, casou-se aos 16 anos com o militar mineiro Felício Pinto Coelho de Mendonça, com quem teve três filhos: Francisca, Felinto e João. O casamento não durou muito. O marido tinha ciúmes de sua "beleza morena estonteante", como diziam os cronistas da época, que chamava tanto a atenção que os jovens brigavam por um lugar na missa de onde pudessem vê-la melhor. Em 1819, depois de dois anos de brigas violentas, ela recebeu duas facadas na perna, ainda grávida do terceiro filho e ele sumiu. Separada do marido, foi pedir a Dom João VI a guarda dos filhos e o seu divórcio.

Neste momento, Domitila conheceu D. Pedro, que a trouxe para a corte, transformando-a em sua amante oficial. Sua influência sobre ele era tão grande que em 1824 foi designada Dama do Paço, a pedido da Imperatriz Leopoldina, a própria mulher de D. Pedro I, que já sabia, como todos da corte, do romance entre os dois.

Em seguida, D. Domitila recebeu o título de Viscondessa e logo depois Marquesa de Santos. Este título foi uma provocação de Dom Pedro I a José Bonifácio de Andrada, que pertencia a uma família santista. A sua posição política liberal contribuiu para moderar a impulsividade do Imperador. Com ele teve cinco filhos: um menino natimorto em 1823, Isabel, Pedro, Maria e Maria Isabel. Todos eles receberam títulos de nobres logo após o seu nascimento.

Em 1827, após a morte da Imperatriz Maria Leopoldina, a marquesa pensou que se casaria com D. Pedro I, e que seria finalmente a Imperatriz do Brasil. Porém, foi o oposto que aconteceu: ele ordenou a sua saída do Rio de Janeiro, com urgência, para casar-se com outra, D. Amélia. A relação foi rompida, definitivamente, em 1829.

D. Pedro I deu uma indenização à marquesa, que retornou a São Paulo muito rica. Em 1833, ela foi morar com o liberal Rafael Tobias de Aguiar, um dos homens mais abastados da província, mas só casou em 1842. Sua casa foi o centro do espírito maçônico na sociedade paulista. A marquesa se destacava não somente na política, adorava oferecer saraus literários e festas carnavalescas. De seu segundo marido, falecido em 1857, a marquesa teve seis filhos.

Depois de uma vida agitada e polemica, dedicou a sua velhice a auxiliar pobres e estudantes. Morreu em 03 de novembro de 1867, vítima de enterocolite e foi sepultada no Cemitério da Consolação, cujas terras foram doadas por ela ao Estado de São Paulo.